TUBARÃO
Dentes
Dentes de tubarão são incorporados nas gengivas e não diretamente no maxilar, e são constantemente substituídos ao longo da vida. Diversas linhas de dentes substitutos crescem em um sulco na parte interna da mandíbula e progressivamente avançam como em uma "escada rolante"; os tubarões perdem em média 6.000 dentes por ano e chegam a perder 30.000 durante toda sua vida. A taxa de substituição de dentes varia de uma vez a cada oito ou dez dias a vários meses. Na maioria das espécies os dentes são substituídos um por vez, exceto no peixe-charuto, Isistius, onde toda a linha de dentes é substituída simultaneamente.
A forma do dente depende da dieta: os tubarões que se alimentam de moluscos e crustáceos têm densos dentes achatados para esmagarem, aqueles que se alimentam de peixes tem dentes afiados para prenderem e aqueles que se alimentam de presas maiores, como os mamíferos, têm os dentes inferiores pontiagudos para prender e os dentes superiores triangulares e com bordas serrilhadas para cortar. Os dentes dos que se alimentam de plâncton, como o tubarão-elefante são menores e não funcionais.
Cauda
As caudas dos tubarões variam consideravelmente de acordo com a espécie e é adaptada aos seus estilos de vida. A cauda provém impulsão e também velocidade e aceleração dependendo da forma da cauda. Os tubarões possuem uma nadadeira heterocercal na qual a porção dorsal geralmente é visivelmente maior do que a porção ventral. Isto é devido a coluna vertebral do tubarão se estender até a parte dorsal, proporcionando uma maior área de superfície para a fixação dos músculos. Isto permite a locomoção mais eficiente entre estes peixes cartilaginosos negativamente impulsionados. Em contraste, a maioria dos peixes ósseos possui uma barbatana caudal homocercal.
A cauda do tubarão tigre tem um grande lobo superior que oferece potência máxima para curvas lentas ou explosões súbitas de velocidade. O tubarão-tigre deve ser capaz de girar e virar na água facilmente enquanto caça para manter a sua dieta variada, enquanto o tubarão-sardo, que caça peixes em cardume, como o carapau e o arenque, tem um grande lóbulo inferior para ajudá-lo a manter o ritmo de nado de sua rápida presa.
Musculatura
A musculatura do tubarão é dividida em 3 grupos:
- Músculos cardíacos;
- Músculos viscerais, são encontrados em várias partes internas, como nas tripas, nas artérias, e nos órgãos excretores e reprodutores.
- Músculos esqueléticos, que movem o esqueleto são divididos em dois tipos:
- Músculo vermelho, presente em finas camadas debaixo da pele do tubarão, que funciona quebrando a gordura do corpo do tubarão. Tem um bom suprimento de sangue e permite que o tubarão nade lentamente por longos períodos sem se cansar;
- Músculo branco, funciona usando a energia da quebra de açúcares, tem um suprimento de sangue pobre e é usado apenas para explosões de velocidade curtas e rápidas e quando o tubarão persegue a presa ou quando precisa evitar o perigo.
Respiração
Como outros peixes, os tubarões extraem oxigênio da água do mar ao passa-la sobre suas guelras. Alguns tubarões têm uma fenda modificada chamado de espiráculo localizada logo atrás dos olhos, que é usado na respiração. Devido ao seu tamanho e a natureza do seu metabolismo, os tubarões têm uma maior demanda de oxigênio do que a maioria dos peixes e eles não podem contar com as correntes de água do ambiente para fornecerem um suprimento adequado de água oxigenada. Se um tubarão parar de nadar, a circulação da água cairia abaixo do nível necessário para a respiração e o animal poderia morrer sufocado. O processo de garantir um fluxo adequado das guelras para mover-se para a frente é conhecido como "ventilação ram". Alguns tubarões, como o tubarão-de-pontas-negras-do-recife, Carcharhinus melanopterus, e o tubarão-enfermeiro, Ginglymostoma cirratum, podem bombear água sobre suas guelras. Há também registros, como em certas cavernas ao longo da costa de Iucatã, onde os tubarões repousam sobre o chão da caverna e permitem que o escoamento de água doce passe por cima deles. O escoamento é forte o suficiente para ainda permitir a respiração; acredita-se que a razão para este comportamento é que a água fresca ajuda a remover parasitas.
O processo de respiração e da circulação começa quando o sangue desoxigenado viaja ao coração de duas câmaras do tubarão. Lá o tubarão bombeia o sangue para suas guelras através da artéria aorta ventral, onde se ramifica em artérias aferentes braquiais. A reoxigenação ocorre nas brânquias e o sangue reoxigenado flui para as artérias eferentes braquiais, que se unem para formar a aorta dorsal. O sangue flui da aorta dorsal para todo o corpo. O sangue desoxigenado do corpo, então, flui através das veias cardinais posteriores e entra na cavidade posterior cardeal. A partir daí, o sangue entra no ventrículo do coração e o ciclo se repete.
Digestão
A digestão pode levar um longo tempo. A comida se move desde a boca até o estômago em forma de J, onde é armazenada e a digestão inicial ocorre. Itens indesejados podem nunca passar pelo estômago e, ao invés do tubarão vomitar, ele vira seu estômago do avesso e ejeta itens indesejados de sua boca.
Uma das maiores diferenças entre a digestão dos tubarões e a dos mamíferos é que o intestino dos tubarões é extremamente curto. Este comprimento curto é conseguido através da válvula espiral com várias voltas dentro de uma única seção curta em vez de um intestino longo como um tubo. A válvula fornece uma superfície longa, exigindo que a comida circule no interior do intestino curto até que seja totalmente digerida, os resíduos restantes passam para a cloaca.
Olfato
O olfato do tubarão é extremamente apurado, permitindo-lhes identificar substâncias bastante diluídas na água, como concentrações de sangue abaixo de uma parte por milhão, o que equivale a perceberem uma gota de sangue a 300 m de distância em pleno oceano. Por esta razão são por vezes designados como "narizes nadadores". Quando detectam o cheiro de sangue ou de corpos em decomposição, facilmente encontram o local de origem, utilizando principalmente o seu olfato (ou a visão para distâncias inferiores a 30 m).
Visão
Alguns cientistas creem que, como muitos outros peixes, os tubarões são míopes, estando a sua visão adaptada apenas para distâncias entre 2 e 3 metros, embora possa ser utilizada para distâncias de até 30 m com um menor grau de definição. Contrastando com essa informação, outros pesquisadores acreditam que a lente dos tubarões está fortemente suspensa por um ligamento dorsal, e fica normalmente fixada para a visão à distância; para a visão próxima ela é movida para frente pela tração de um pequeno músculo protrator, fixo à lente. Seus olhos por ficarem nas laterais da cabeça podem ampliar seu campo de visão para quase 360°.
A abertura pupilar varia de circular a oval quando aberta. Na luz brilhante a pupila pode ser apenas um pequeno círculo ou fenda, que pode ser vertical ou horizontal. O seuolho possui uma camada reflectiva, a qual permite um aproveitamento superior da luminosidade em locais com pouca luz, como as águas turvas ou profundas e à noite.
Investigadores da Universidade de Queensland e da Universidade da Austrália Ocidental realizaram um estudo de micro-espectrofotometria com 17 espécies de tubarão e descobriram que 10 tinham apenas os bastonetes e não tinham cones em suas retinas dando-lhes uma boa visão noturna, enquanto os tornam daltônicos. As sete espécies restantes tinham, além dos bastonetes um único tipo de fotorreceptor de cone sensível ao verde, com que faz que eles vejam apenas tons de cinza e verde, acredita-se que sejam efetivamente daltônicos. O estudo indica que o contraste de um objeto contra o fundo, ao invés da cor, pode ser mais importante para a detecção de objetos.
Audição
A sua grande sensibilidade às vibrações, provoca comportamentos semelhantes. O seu ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e detecção das vibrações de baixa frequência, situa-se postero-superiormente ao olho. Possui três canais semicirculares e detecta vibrações a longas distâncias, podendo o tubarão se aperceber do som de um peixe a debater-se a uma distância de 250 a 1500 m. Em conjunto com o olfato, esta sensibilidade às vibrações, é o primeiro mecanismo utilizado na detecção de potencial alimentação. Uma vibração desconhecida, tanto pode provocar curiosidade como medo ao tubarão.
* A expectativa de vida de um tubarão varia de acordo com a espécie. A maioria vive entre 20 e 30 anos. O cação espinhoso, Squalus acanthias, tenha a maior vida útil podendo chegar até a mais de 100 anos. O Tubarões-baleia, Rhincodon typus, também podem viver mais de 100 anos.
Velocidade
Em geral, os tubarões nadam a uma velocidade média de 8 km/h (5,0 mph), mas quando se alimenta ou ataca o tubarão pode atingir velocidades de mais de 19 km/h (12 mph). O tubarão-mako, é o tubarão mais rápido e um dos peixes mais rápidos, podendo ultrapassar a velocidades de até 50 km/h (31 mph). O tubarão-branco também é capaz de explosões de velocidade. Essas exceções podem ser causadas devido à natureza de "sangue quente" (homeotérmica) da fisiologia destes tubarões.
Habitat
Os tubarões são encontrados em todo o globo, de norte a sul em todos os oceanos e grandes mares. Geralmente vivem em água salgada, mas exceções são conhecidas como o tubarão-cabeça-chata e as espécies consideradas com sendo de rios (as seis espécies do gênero Glyphis de Carcharhinidae) que podem viver tanto em água salgada ou em água doce. Tubarões são comuns até profundidades de 2.000 metros (7.000 pés), e alguns vivem ainda em lugares mais fundos, mas quase não há tubarões abaixo de 3.000 metros (10.000 pés). Um relatório confirmou que o mais profundo que um tubarão vive é a 3.700 metros (12.100 pés), um tubarão da espécie Centroscymnus coelolepis.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tubar%C3%A3o
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